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Foto do escritorLetícia Charelli

FDA aprova carne cultivada em laboratório

Atualizado: 30 de jan. de 2023

Do laboratório para a mesa de jantar?


Nesta quarta-feira (16.11.2022), o FDA, agência reguladora ligada ao departamento de saúde do governo norte-americano, concluiu sua primeira consulta pré-comercialização para um alimento humano feito de células animais cultivadas. Esse alimento é produzido a partir de células de frango e está em desenvolvimento pela empresa Upside Foods.

Carne de frango cultivada em laboratório pela empresa Upside Foods
Figura 1. Carne de frango cultivada em laboratório pela empresa Upside Foods [Fonte: Upside Foods].

É importante ressaltar que, a consulta pré-mercado ainda não é uma aprovação para a comercialização mas sim uma aprovação sobre o grau de segurança para consumo que esse produto possui. Contudo, essa é uma notícia muito animadora, que estimula ainda mais esse mercado e abre portas para a comercialização de carnes cultivadas em laboratório!


Carnes cultivadas/produzidas em laboratório ou carnes artificiais é um tema que tem estado em alta nos últimos anos. Você provavelmente já deve ter ouvido falar ou visto uma imagem como esta abaixo, onde temos um pedaço de carne dentro de uma placa de cultivo (figura 2).

Carne de laboratório
Figura 2: Representação da carne de laboratório [Fonte:Google Imagens]

A grande diferença entre as carnes cultivadas e as carnes que consumimos tradicionalmente, está no seu método de produção. Ou seja, uma carne cultivada vai possuir os mesmos componentes (células, biomoléculas) estruturalmente organizados como um tecido muscular animal. No entanto, a sua produção é feita em biorreatores, um equipamento propício, onde as células dos animais podem se multiplicar e maturar em um tecido muscular, não havendo assim a necessidade de abate animal (figura 3).


Esse consumo "alternativo" de carne animal ganhou repercussão e adeptos pelo mundo por tentar solucionar problemas presentes na cadeia de produção tradicional, tais como: O grande número de animais mortos (abatidos), o desmatamento e uso extensivo de terras, poluição, gasto de recursos hídricos, uso de antibióticos e outros produtos que, em grandes quantidades, podem ser nocivos a saúde humana.


Atualmente, o mercado de carne cultivada tem estado aquecido, com projeções mercadológicas animadoras. Estima-se que mais de 151 startups espalhadas nos seis continentes nasceram, apoiadas por mais de US$ 2,6 bilhões em investimentos!


....Mas a final, o quão próximos estamos de realmente poder consumir uma carne feita em laboratório?! E a resposta é: Você já pode!


Em 2020, a Singapura fez a sua primeira aprovação regulatória para a produção de nugget de frango feito a base de cultura de células. A carne cultivada em laboratório foi biofabricada pela empresa Eat Just e atualmente é comercializada no restaurante 1880 de Singapura, custando cerca de US$ 17,00.

Apesar da motivação nobre (redução do abate de animais, poluição entre outros) que impulsiona as pesquisas e o mercado de carne cultivada em laboratório, muitos desafios ainda precisam ser superados para que de fato essas carnes possam ser amplamente comercializadas e com diferentes tipos de cortes (picanha, contra-filé, por exemplo).

Esses desafios se concentram tanto na parte regulatória, quanto de produção, ou seja, para conseguirmos mimetizar tecidos musculares complexos, considerando não só as células musculares como também a correta disposição das fibras e camadas de gordura, tecnologias facilitadoras precisam ser introduzidas/consideradas no processo produtivo.


A Bioimpressão 3D é uma tecnologia que permite o controle de deposição de material biológico, ou seja, com uma Bioimpressora é possível depositarmos células e biomoléculas de forma organizada a fim de alcançarmos, por exemplo, uma estrutura tridimensional muito similar a um tecido muscular animal. E é por isso que, Bioimpressoras já estão sendo utilizadas para produzir - ou em termos técnicos: Biofabricar - peças de carnes cultivadas em laboratório! A startup israelense Aleph Farms é um exemplo de empresa internacional que já está fazendo isso.


Bioender imprimindo análogo a carne animal
Figura 4. Bioimpressora Bioender Termo - desenvolvida pela BIOEDTECH - imprimindo análogo a carne animal [fonte: Bioedtech]

....E no Brasil, será que estamos próximo a isso também?

No Brasil, a Bioedtech é a pioneira na área de Bioimpressão 3D! Com as nossas Bioimpressoras, conseguimos demonstrar toda a potencialidade da tecnologia de Bioimpressão 3D, inclusive para o segmento alimentício. Confira abaixo a entrevista que demos ao Jornal Nacional:


Na entrevista, Thais França, analista de inovação da Bioedtech, explica como as nossas Bioimpressoras podem ser utilizadas para a área alimentícia. A entrevista aconteceu durante a Campus Party Brazil, o maior evento de tecnologia da América Latina, onde a Bioedtech esteve presente em todos os dias de evento.


 

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